domingo, 18 de dezembro de 2016

Zelo

Dedico uns instantes do meu tempo
Escrevo sobre o exercício de eternizar momentos
Acontece com frequencia, uma distorção
Do passado em linhas
E do presente abstrato
O recordar é como realinhar antigas sensações
Então eu percebo minhas escolhas
Enfrento meus monstros
Eu sou o monstro
Colecionador de selos
Amarelados pelo tempo
Carcomidos pelo zelo
Revirados
Numa caixinha metálica
Nunca colados
Passaram da validade

sábado, 9 de janeiro de 2016

Script

Não...  Nunca houve amor
Uma certa vez disseste que parecíamos pertencer à um filme francês
Movidos por desencontros
Marcados por um sentimento confuso
Enquadrados na lente da ignorância
As falas incomuns
Cheias de significado sobre a vida
E o pesar que ela nos proporciona

Neste filme,
Cada ângulo,
Cada desgosto
Tem suspiros de agonia
Mãos que se procuram
Sorrisos reprimidos
E lágrimas contidas

Ainda neste filme,
Atravesso a rua enquanto passas no teu carro,
E te reparo pelo pára-brisas
E veloz, foges do meu olhar.

A cerveja, derrama
O cigarro se apaga
Enquanto meias palavras são jogadas fora
Nada daquilo precisava ser dito
Nem o encontro na madrugada
Precisava ter acontecido.

Não preciso deste filme
Fostes infeliz no teu script
Estou a salva.