domingo, 5 de maio de 2013

Karma



Um dia seguiremos obsoletos
Em cada discurso
A poeira da rua invade a casa
Que um dia você construiu pra mim
Na mesma casa, as plantas que nunca podamos
Encobrem o nosso passado
E emaranham o nosso presente
E desdenham do meu futuro.

Um raio de sol passa por entre as cortinas
No mesmo momento em que a minha cabeça
Gira no ritmo do ventilador
Na madrugada, eu desacompanhado
Sinto você ao meu lado
Pela marca deixada no colchão
Perdi dias nesse instante único
Perdi a consciência também
Mas nunca te perdi
Porque nunca a tive
O fato me embaraça
Me causa desgraça
Me devasta por dentro por fora
Desse modo, não consigo te deixar ir embora.

O karma me persegue
A dor obtusa causada pelo meu desejo de salvar-te
Tornou-se meu calvário
Meu amor imaginário
E como acreditar em um sonho que se sonha só?
Permito que as marcas que deixastes em mim
Tornem-se a prova viva de que sobrevivi
Se fui demais pra ti
Se fui tudo aquilo que não necessitavas
Desejo-lhe sorte, pois vais precisar.